A atitude reverencial da esquerda lusitana perante o TC, atitude aliás transferida do Conselho da Revolução, e para este transferida por condensação do MFA, uma espécie de ersatz de vanguarda da classe operária inventado pelos comunistas e esquerdistas, é apenas mais um sintoma da menoridade da esquerda na busca incessante de uma legitimação externa. Não que a direita lusitana esteja isenta, também ela, de um estado de menoridade ainda mais humilhante, cheia de complexos e a fingir ser de esquerda ou, ainda pior, com um discurso «rigorosamente ao centro» e a tornar-se gradualmente refém da esquerda numa espécie de síndrome de Estocolmo – veja-se o paradigma do professor Freitas do Amaral e o caso ainda mais notável de mimetismo do professor Adriano Moreira que fez o percurso completo desde ministro de Salazar.
Voltando à atitude reverencial dos políticos de esquerda face ao TC, se até percebo por razões de maquiavelismo, e até desculpo por razões de estupidez, já tenho mais dificuldade de perceber a reverência por aquela parte do eleitorado que insulta os políticos e os considera criaturas corruptas e sem princípios, ao mesmo tempo que venera os juízes que essas criaturas escolheram para compor a maioria do TC.
Sem comentários:
Enviar um comentário