«Operou-se recentemente uma curiosa viragem no pensamento económico politicamente correcto. Até ao eclodir da crise financeira, prevalecia a ideia de que, no interior da zona euro, os deficits da balança corrente com o exterior eram irrelevantes. Depois de 2008, os factos encarregaram-se de mostrar as terríveis consequências que continuados e vultuosos deficits externos acarretam para quem os suporta. Morreu aqui a fantasia da irrelevância do deficit externo.
Mas, logo outra fantasia nasceu: aceite a nocividade do deficit, logo uma ideia simétrica foi elaborada em dois passos. Primeiro, o excedente externo também seria nocivo. Segundo, a origem dos deficits em alguns países residiria na existência de excedentes "simétricos" noutros países; por outras palavras seria o excesso de competitividade e a procura deficiente de alguns países (basicamente a Alemanha e a Holanda) a causa dos problemas dos países com deficits crónicos.»
[Continue a ler aqui O estranho caso do excedente externo "excessivo" por Avelino de Jesus]
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