Com a habitual ligeireza com que escreve sobre o que desconhece, Miguel Sousa Tavares, o tudólogo como um dia um leitor o apelidou, ao comentar as consequências do default da dívida pública sobre a banca portuguesa garante que «são eles que detêm o grosso da dívida pública», para a seguir escrever que o BCE lhes empresta dinheiro a 1% «para ela o ir emprestar a 7 ou 8% aos Estados».
Se MST lesse o jornal onde escreve e soubesse fazer contas ficaria a saber que a banca terá menos de 30% da dívida pública (*) - o que seria de nós se tivesse o «grosso»?
Se MST lesse o jornal onde escreve ficaria a saber que mesmo após a «irrevogável» demissão de Paulo Portas, que fez os yields subirem a jacto, o leilão de 18 de Setembro onde a banca portuguesa participou activamente, como de costume, as taxas de juro médias foram 1,081% a 3 meses e 2,293% a 18 meses. 7 ou 8% nem os yields (saberá MST o que é o current yield) no mercado secundário para maturidades a 10 anos atingem tais níveis - ontem mesmo o yield das OT a 10 anos estava em 6,05%.
É claro que para a tudologia os factos não interessam, desde que seja por uma boa causa…
(*) Na verdade ainda menos: segundo dados da European Bank Authority (EBA) divulgados no dia 16, os bancos portugueses aumentaram a exposição à dívida pública portuguesa de 18,9 mil milhões de Dezembro de 2010 para 24,5 mil milhões em Junho de 2013.
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