No meio do nevoeiro factual e conceptual dos mídia a respeito dos contratos swap, o ex-presidente do Metro de Lisboa Joaquim José Reis coloca uma dúvida pertinente. Apesar de ser uma das partes interessadas, visto ter contratado swaps durante o seu mandato, tem sentido a questão que coloca de se dever questionar a negociação a granel destes contratos de longo prazo quando se está «no pico mais baixo da evolução das curvas da taxa de juro» e se torna provável o seu aumento a curto prazo e quase certo a longo prazo. Eventualmente, em alguns desses contratos, o seu resgaste com um desconto agora poderá ter sido uma opção pior do que esperar que até à sua maturidade uma evolução favorável das taxas de juro que anulasse as perdas agora registadas.
É bem possível que o ministério das Finanças que ficou 18 meses a meditar sobre o assunto se tenta deixado obnubilar pelas pressões e a manipulação mediática do jornalismo de causa em coligação com o PS a tentar tirar o corpo de fora, e tenha confundido a urgência de sacudir essa pressão com a importância de encontrar a provável melhor solução.
Não vale a pena chorar sobre o leite derramado. No final trata-se de mais um exemplo das consequências para o país de entregar decisões empresariais na mão de políticos e de gestores por eles escolhidos que não têm nem a preparação, nem a motivação, nem os incentivos para procurarem soluções óptimas.
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