Por uma vez, vou fazer os perfis psicológicos a la minute dos protagonistas desta crise, para concluir que como os últimos dois anos e os acontecimentos desta semana comprovam à saciedade, Paulo Portas é um político com quem não se podem fazer alianças que sempre exigem negociação, compromissos, cedências, controlo dos egos e integridade, tudo num módico quanto baste para manter uma coligação a flutuar. A criatura é um político sem visão, cuja falta é substituída por um brilhantismo superficial, oportunista, sem convicções, com um gosto pela intriga e pela manipulação e obcecado com a sua pessoa.
Passos Coelho é apenas um homem com algumas qualidades, talvez suficientes para ter governado aceitavelmente no lugar de quase todos os seus antecessores e nomeadamente no lugar do mais directo responsável pela falência do país – José Sócrates -, mas claramente insuficientes, vê-se agora, para o maior desafio que Portugal tem de enfrentar desde o início da guerra colonial, para o qual é já óbvio não estar altura, nem talvez mesmo para conter os danos que o seu parceiro inconfiável é capaz de infligir ao governo e ao país.
Infelizmente, a alternativa António José Seguro é pior e com piores políticas - as mesmas que nos conduziram até aqui.
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