Tenho escrito sobre vários ressabiados, incluindo Manuela Ferreira Leite, que são exemplos de o ressabiamento ser um péssimo conselheiro e conduzir pessoas inteligentes a dizerem e fazerem coisas estúpidas.
Por aquilo que disse ontem na TVI 24, MFL confirmou uma vez mais que o seu ódio de estimação aos seus colegas que estão na direcção do seu partido e no governo, lhe turva a lucidez e, pior do que isso, a leva a pisar os limites éticos na política quando insinua que a saída de Gaspar (e a de Portas) se pode dever à verdadeira situação financeira estar a ser escondida pelo governo. Seria louvável que MFL, sabendo algo que outros não sabem, denunciasse uma putativa manipulação das contas públicas, fazendo algo que não fez nos governos de Sócrates quando essa manipulação era por demais evidente, como depois se tornou público.
Ao mesmo tempo que faz estas insinuações, MFL tem uma saída de sendeiro, após uma entrada de leão, ao mitigar a sua conhecida posição clara de demissão do governo com conversa mole de «ses», «estabilidade», «entendimento». Pelo caminho fez, sem se dar conta, uma homenagem a Vítor Gaspar resumindo a sua carta a «eu sou muito bom e agora vocês vão ver o que é isto sem mim». Resumo cujo juízo é o contrário da posição de humildade de Gaspar, mas que é exacto no prognóstico «vocês vão ver o que é isto». Como alguém escreveu um dia destes, ressabiados tende cuidado com os vossos desejos que se podem tornar realidade.
Muito bem observado!
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