Depois de mais de um ano de tergiversações, vir agora a la Guterres lançar uma sonda para ver as reacções ao modelo mais descabelado de «privatização» de 49% da RTP, só vem confirmar que Miguel Relvas em particular e o governo em geral estão, pelo menos a este respeito, completamente perdidos.
É que independentemente da inexistente bondade do modelo em causa, ele é completamente inviável. Ou melhor só é viável encontrar um acionista privado que esteja disposto a aturar as constantes intromissões do governo à pala do serviço público, pagando-lhe – muito bem. Ou, dito de outro modo, este modelo teria inevitavelmente todos os defeitos e um custo igual ou superior ao actual.
Não acredito que não haja gente no governo que não perceba o desastre que tem sido a gestão deste caso. A única explicação que encontro é o governo ter-se acobardado de enfrentar a colusão de interesses entre a caixa de ressonância RTP, as câmaras de eco do jornalismo de causas e o lóbi das televisões. Relvas tocou o vespeiro mas com os telhados de vidro que tem as vespas entraram-lhe em casa, na dele e na de Passos Coelho.
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