12/05/2012

Engenheiros e técnicos? E licenciados em sociologia, artes performativas ou ciências da educação não precisam? (3)

Depois dos belgas, da Nokia e de vários outros, é a vez da rede europeia de serviços de emprego EURES reunir empresas da Dinamarca, Suécia, Noruega e Reino Unido para recrutar engenheiros em Portugal, em colaboração com o ISEL. O contrato inclui alojamento, escola para os filhos e acolhimento.

E os sociólogos, antropólogos, cineastas, artistas performativos, historiadores, etc. (ou seja, os licenciados nessas áreas o que é muito diferente dos profissionais dessas áreas) não têm direito a fazer as suas escolhas, a seguir as suas vocações? Têm sim senhor. Só não têm direito é a empregos garantidos por um Estado assistencialista à custa de quem sobrevive tendo feito as escolhas possíveis ou não tendo feito escolha nenhuma.

De resto, deixem-me proferir uma blasfémia politicamente incorrectíssima: com algumas, muito poucas, excepções de génios geneticamente pré-determinados a cumprir o seu destino, a quase totalidade das criaturas humanas está habilitada a fazer imensas coisas muito diversas, consoante as oportunidades, os acasos da vida e as necessidades de sobrevivência. Defender políticas assentes em pressupostos como, por exemplo, um jovem pindérico nasceu para ser cineasta e, por isso, para cumprir o seu destino, os contribuintes estão obrigados a sustentá-lo, têm 1 probabilidade em milhões de acertar.

É como se para garantirmos em cada século ter um Fernando Pessoa com um fígado suficientemente saudável para acabar a obra, tivéssemos que sustentar milhões de escrevinhadores que se acham uns génios incompreendidos. Escrevinhadores incompreendidos, quereis um conselho? Candidatai-vos a caixas do Pingo Doce e, enquanto esperais o prémio Nobel da Literatura ou, vá lá, para os mais realistas, o prémio do Concurso Literário de São Roque do Pico, escrevei posts num blogue, como eu, que ainda não sou caixa do Pingo Doce mas tentarei ser na próxima promoção.

1 comentário:

  1. Caixas do Pingo Doce não, que essa malta não sabe fazer contas e depois o pagode é que se lixa...
    Amaro.

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