12/03/2012

¿Por qué no te callas? (6) – o tamanho interessa? Sim, mas quanto mais pequeno maior melhor

[Uma série potencialmente infinita de aflições e estados de alma partilhados com os mídia sem propósito aparente]

Não. Não vou comentar o famoso “Roteiros VI” onde Cavaco Silva dá conta da aparição do arcanjo Gabriel, com anos de atraso, no preciso momento em que escrevia o prefácio, revelando-lhe o quão inconfiável e nocivo para o país foi o anterior primeiro-ministro José Sócrates. Prefácio que parece ter conseguido o milagre de unir o PS à volta do desaparecido, em consequência da doutrina Somoza, de quem Roosevelt terá dito «ele pode ser um sacana, mas é o nosso sacana».

Em vez disso, vou continuar a comentar o seu inovador paradigma da reduzida dimensão das empresas portuguesas poder ser uma vantagem competitiva na internacionalização. Nem de propósito, poucos dias depois de Cavaco Silva nos ter iluminado com o seu paradigma, a Economist tratava o tema num artigo cujo título diz tudo: «Small is not beautiful».

Nesse artigo, a Economist não só ignora como se dedica a demolir o famoso paradigma de Cavaco, ilustrando a demolição com o exemplo português e, juntando à afronta o insulto, chama à coisa «jactância sobre as pequenas empresas». Como amuse-bouche aqui vai um parágrafo:

«Consider the southern periphery of the euro area. Countries such as Greece, Italy and Portugal have lots of small firms which, thanks to cumbersome regulations, have failed lamentably to grow (see article). Firms with at least 250 workers account for less than half the share of manufacturing jobs in these countries than they do in Germany, the euro zone’s strongest economy. A shortfall of big firms is linked to the sluggish productivity and loss of competitiveness that is the deeper cause of the euro-zone crisis. For all the boosterism around small business, it is economies with lots of biggish companies that have been able to sustain the highest living standards.»

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