22/02/2012

SERVIÇO PÚBLICO: O cinema independente não depende dos espectadores (2)

O filme «Tabu» de Miguel Gomes ganhou o prémio da crítica no Festival de Berlim. Se for tão interessante como do «Aquele Querido Mês de Agosto» valerá a pena ser visto. A curta-metragem «Rafa» de João Salaviza arrecadou o Urso de Ouro no mesmo festival. Bons exemplos.

Talvez não por acaso, «Tabu» não foi financiado pelo ICA, mas em 60% capitais portugueses privados e o restante por subsídios públicos da Alemanha, Brasil e França. E «Rafa» foi subsidiado pelo ICA e por subsídios públicos franceses.

É claro que estes sucessos vão servir de bandeira para a comunidade do cinema independente tentar ficar ainda mais dependente dos subsídios. A verdade é que se trata de casos pontuais e que provavelmente viveriam bem sem o ICA, porque o universo dos filmes subsidiados é confrangedor, como ainda recentemente referi aqui.

Desde 2004 até 15-02-2012 não há um único filme português entre os 40 mais vistos. No mesmo período, dos mais de 450 filmes (incluindo um pequeno número de séries) subsidiados pelo ICA, só 6 tiveram mais de 100 mil espectadores e uma receita bruta superior a 500 mil euros.

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