Imaginemos Passos Coelho, primeiro-ministro, a condenar a «monotonia» de um emprego para a vida inteira. Imaginemos Mota Soares, ministro do Trabalho, a dizer de um patrão que oferece um contrato sem termo que está a «vender ilusões». Imaginemos Miguel Macedo, ministro da Administração Interna, a criticar os portugueses que ficaram parqueados numa época em que os empregados trabalhavam «na mesma cidade da mãezinha e do paizinho».
O que aconteceria? Um escândalo de proporções olímpicas. Ouviríamos certamente o PS, o PC, o BE e todos os grupúsculos esquerdistas a vociferar em coro a falta de respeito pelo povo, a engraxar e puxar o lustro aos muitos coitadinhos plantados por esse país.
Pois bem, as citadas «ofensas» foram proferidas, respectivamente, por Mario Monti, primeiro-ministro italiano em exercício, Elsa Fornero, ministra do Trabalho, a mesma que chorou ao anunciar as duras medidas na sua área, e Anna Maria Cancellieri, ministra do interior.
Moral da estória (se esta estória tivesse moral) vista pelo Dr. Mário Soares arranhando o seu italiano: la ezquierda portogueza è più sinistra que la gauche italiana.
[Lido aqui]
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