Neste post ironizei sobre os impactos dos aumentos das taxas moderadoras salientando que se uma família portuguesa média com 3 elementos tem 5 telemóveis, ou pelo menos 5 cartões, e gasta 50 euros por mês, não se percebe como terá dificuldade em pagar uma consulta de medicina geral por 5 euros, que custa aos contribuintes pelo menos 10 vezes mais.
Sabe-se agora por um estudo do IST que 99,5% dos jovens inquiridos têm pelo menos um telemóvel desde os 10 anos, falam mais de 30 minutos por dia e enviam 100 mensagens por dia, em média. Esta pletora comunicacional pelas tarifas correntes deve custar aos pais mais do que uma consulta de medicina geral por dia, em média.
Poderão estes números indiciar que os portugueses, ou pelo menos os pais dos jovens inquiridos, consideram mais importante a comunicação sem fios dos filhos do que a saúde da família?
Poderá objectar-se não terem as famílias das classes mais desfavorecidas, para usar o jargão tão ao gosto da esquerda, esses telemóveis, ou cartões, nem fazerem essas chamadas ou enviarem aquelas mensagens. Poderá, mas em vão, porque estas famílias, bem como muitas outras totalizando 70% da população residente, ficarão isentas de taxas moderadoras.
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