Há o jornalismo de causas que se borrifa para os factos e há o presidencialismo de causas que sacode a água do capote. É o caso de o criador e curador durante 10 anos do monstro ingovernável que está na génese da crise portuguesa, ao dizer em Florença que «as causas radicam nas políticas erradas, nomeadamente orçamentais e macroeconómicas, seguidas pelos Estados-membros e, por outro lado, numa deficiente supervisão por parte das instituições europeias. A responsabilidade por esta crise é claramente partilhada pelos Estados-membros e pelas instituições europeias».
O verbo «radicar» vem do verbo radicare, ou seja enraizar, ir à raiz, neste caso às causas profundas da crise portuguesa. E eu a pensar que a causa profunda era o despesismo público e privado que aumentou o endividamento até ao insuportável, escamoteado por fraudes contabilísticas.
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