Setembro de 1996, comboio de Budapeste para Praga. Devido à falta de visto duma pessoa com quem viajava, fomos forçados a sair na primeira estação na Eslováquia – Štúrovo. Ainda se sentia a presença invisível da cortina de ferro. Um apeadeiro miserável, polícias de fronteira com um ar de Checkpoint Charlie. Após complicadas negociações e pesados pagamentos em marcos lá foram buscar uma funcionária a casa com o indispensável carimbo. Perdida a viagem num comboio decente Budapeste-Praga e substituída por outra num recoveiro 4 ou 5 horas depois. Jantar no comboio substituído por snacks comprados na única lojeca (nojenta) do apeadeiro. Foram os snacks mais ranhosos que algum dia nos passaram pela goela, e já nos tinham passado pela goela coisas bastante más.
15 anos depois o parlamento eslovaco vota contra a participação no FEEF recusando contribuir para resgatar os países falidos do Sul da Europa. Um dos partidos da coligação classificou o FEEF como «estrada para socialismo». Eles lá sabem.
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