Desde há meia dúzia de anos e uma dúzia de vezes, o (Im)pertinências vem recorrendo aos estudos do antropologista holandês Geert Hofstede para explicar as nossas desgraças. Já agora, é interessante esclarecer que Hofstede não desenvolveu o seu modelo das 4 dimensões culturais numa torre de marfim duma qualquer universidade. Em vez disso, assentou as bases empíricas desse modelo no seu trabalho durante vários anos no departamento de recursos humanos da IBM, onde teve a oportunidade de ter acesso e analisar mais de 100.000 questionários de empregados provenientes das sucursais da IBM em mais de 70 países.
Finalmente, alguém na blogosfera se apercebe da importância desses estudos para compreender a influência da cultura dominante numa sociedade e, em particular, para compreender como boa parte das nossas fatalidades são explicadas pelas características da sociedade portuguesa nas 4 dimensões consideradas por Hofstede: um dos países menos masculinos do mundo, com grande distância ao poder, profundamente colectivista e com enorme aversão ao risco. Está lá tudo.
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