12/07/2011

DIÁRIO DE BORDO: Especulações politicamente incorrectas a propósito de DSK (4)

[Continuação de (1), (2) e (3)]

Depois de 4 posts sobre o mesmo tema, poderá parecer que o encontro sexual de Strauss-Kahn com a camareira do hotel me interessa per se. Só me interessa porque é extremamente revelador dos pré-conceitos e das projecções do politicamente correcto e porque o politicamente correcto representa hoje, depois da falência do marxismo-leninismo, o paradigma da doutrina que justifica a adulteração dos factos e da história em nome de uma «boa causa».

Podia apresentar inúmeros exemplos, mas limito-me ao da Pluma Caprichosa de Clara Ferreira Alves, que no sábado passado escreveu sobre o caso. À camareira guineense, com um namorado dealer preso com quem se aconselhou no dia seguinte para extorquir dinheiro a DSK, com um passado de mentiras e sobre quem existem fortes suspeitas de envolvimento em várias actividades ilícitas, concede-lhe o benefício da dúvida e a presunção de inocência por ser pobre (com 5 telemóveis e muitos de milhares de dólares a passarem pelas suas contas) e mulher (?).

A DSK, por ser homem, rico e poderoso, Ferreira Alves atribui-lhe o quase prejuízo da certeza e a presunção de culpa, por muito que os factos alegados levantem mais dúvidas do que certezas (por exemplo, qual o papel dos actores em causa - sexagenário desarmado e mulher de trinta anos – no filme do sexo oral forçado?). Apesar de tudo, DSK tem a sorte de ser socialista; imaginem-se as presunções do politicamente correcto tratando-se de um homem sem esse pergaminho.

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