06/05/2011

José Sócrates deve aos contribuintes portugueses 1,2 mil milhões de euros à conta do FMI

Desde pelo menos a intervenção do FMI/CE/BCE na Grécia, ou seja há um ano, que se coloca a séria possibilidade de a mesma receita ser necessária em Portugal e, desde então, se não antes, José Sócrates e os seus acólitos adoptaram a narrativa pseudo-patriótica de demonização do FMI. Façamos um exercício de contabilidade de merceeiro para estimar as perdas e danos infligidos por este expediente da clique socrática, em nome e benefício do PS.

Esqueçamos as emissões de curto prazo de BT a que o governo recorreu para iludir as taxas e dificuldades crescentes de colocação da dívida de médio-longo prazo. No 2.º semestre de 2010 e até Abril de 2011 os leilões de OT totalizaram 12,4 mil milhões: (*)
  • 2.º semestre de 2010 - 8,5 mil milhões a 5,0% (média das taxas médias ponderadas)
  • Janeiro a Abril de 2010 - 3,9 mil milhões a 6% (idem)
Admitamos que com a intervenção da troika em Julho de 2010 as taxas teriam descido para 3,25% (1/3 a cargo do FMI) e 4,2% (2/3 do FEEF, à mesma taxa da Grécia). Os 12,4 mil milhões que nos vão custar anualmente 660 milhões às taxas porque foram colocados, teriam custado cerca de 480 milhões às taxas FMI/FEEF. Como a maturidade média dos leilões desde Julho de 2010 é 6,6 anos, o custo adicional pelo qual a clique socrática é responsável é cerca de 6,6 x (660 - 480) = 1,2 mil milhões de euros. Segundo as minhas contas, na proporção aproximada de impostos que pago, a clique socrática deve-me cerca de 2 mil euros.

(*) Estimativas a partir dos dados disponíveis no site do IGCP. É só fazer as contas, como diria o padrinho de José Sócrates.

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