[Continuação de (1) e (2) e (3)]
Até mesmo um admirador de José Sócrates com um resquício de lucidez e de inteligência, supondo que os haja, perceberia, se o lesse, que o Memorandum of Understanding é a mais completa negação de tudo o que o governo tem feito e de todas as suas políticas. A começar pela suspensão de todas as grandes obras do regime, aeroporto, TGV et alia (torrefacção de dinheiro nas energias renováveis, parcerias público-privadas, etc.) e a acabar na flexibilização do mercado de trabalho, passando pela redução efectiva do exército de funcionários públicos e o alívio da presença sufocante do estado na economia, com um programa de privatizações que só deixa da fora a CGD.
Se isto é para o querido líder um «bom acordo», como é que ele explica aos seus admiradores não ter feito nada disso durante os 6 anos que já leva de governo? Não explica, claro, porque ele conta com a cegueira da massa da apparatchiks, crentes da sua IURD e com o estado de necessidade em que se encontram muitos dos novos situacionistas agarrados às sinecuras como náufragos às suas bóias.
Que a criatura consiga, sem a mínima vacilação, empenachar-se com os méritos de negociador dum acordo, cuja necessidade ele negou durante muitos meses, e passar ao lado do facto crucial que esse acordo visa resolver os problemas que ele mesmo criou durante 6 anos, mostra ser a sua governação o maior embuste desde o fim da baderna republicana.
Aditamento:
José Sócrates não está sozinho nos seus delírios e mentiras. Segundo parece, Teixeira dos Santos ressuscitou numa conferência de imprensa e jurou que o Memorandum «desenvolve e detalha o PEC apresentado em 11 de Março» e «é um programa português que merece o apoio da UE e do FMI».
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