Não deveria novidade nenhuma para quem conheça as sociedades colectivistas, como a portuguesa, em que o espírito de grupo, seja a família, o sindicato, o clube, o partido ou a corporação, predomina sobre a responsabilidade individual, concluir serem estas as sociedades mais vulneráveis à corrupção pela diluição da responsabilidade e pela interdependência entre os membros dos grupos sempre fortemente presentes no colectivismo.
Para quem tenha dúvidas sobre a relação colectivismo-corrupção, pode ler o estudo Greased palm psychology: Collectivism and bribery de Nina Mazar e Pankaj Aggarwal, publicado pela Association for Psychological Science, ou pelo menos ler um resumo razoavelmente elucidativo aqui. O estudo analisou 21 países e os resultados de um trabalho de laboratório com 140 participantes e concluiu que não se trata apenas de correlação estatística entre colectivismo e corrupção: os indivíduos com mentalidade colectivista sentem-se menos responsáveis e mais propensos a corromperem e serem corrompidos.
Para quem tenha dúvidas sobre o colectivismo da sociedade portuguesa recomendam-se os estudos de Gert Hofstede, há anos amplamente citados no (Im)pertinências, que mostram ser Portugal de longe o país mais colectivista (ou menos individualista) da Europa.
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