«O que explica este estado de coisas, em que esquerda e direita se confundem e apenas se distinguem por protagonistas diferentes de políticas iguais, é que o regime tem sido, desde a sua entronização constitucional em 1976, governado à esquerda, de acordo com os seus paradigmas e as suas convicções e utopias. A saber e entre outras, o estado social, a justiça distributiva, o interesse público e o predomínio do colectivo sobre os direitos individuais, a «liberdade» vista como concessão do estado e do governo e não como direito natural dos indivíduos e fundamental dos cidadãos, a tolerância pela propriedade privada, o rendimento mínimo, a educação gratuita, a saúde gratuita, a tributação elevada, a desconfiança pelo sucesso empresarial, a rigidez laboral, a subsidio dependência, e, mais recentemente, as causas fracturantes transformadas em políticas do governo, como o aborto praticado no Serviço Nacional de Saúde, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, entre outros.»
[Continua a ser pouco, post de Rui a. no Blasfémias]
Na minha modesta opinião, faltou apenas esclarecer não ser acidental a esquerda e a direita portuguesas se confundirem. As nossas direitas são tão colectivistas como as esquerdas e partilham da mesma visão do papel do Estado na sociedade e na economia. O que, não sendo novidade nenhuma, mostra que não chega distinguir direita e esquerda, é preciso considerar a dimensão social e a antinomia individualismo-colectivismo ou liberalismo-autoritarismo. O que temos tido são governos de esquerda e de direita com doutrinas colectivistas e anti-liberais. É esse paradigma que é preciso mudar, mudança dificílima estando o eleitorado intoxicado por séculos de colectivismo e esperando sempre mais da mesma medicina que lhe causa a doença.
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