O caso do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, petit nom Burlesconi, é talvez a única consolação para nós portugueses por encontrarmos um outro primeiro-ministro na União Europeia envolvido em trapalhadas que fariam inveja ao nosso. Infelizmente para ele, a justiça italiana parece mais mani pulite e não é tão colaborante com o poder político quanto a nossa, mais do género mani sporco.
Apertado pela justiça, Berlusconi enfrenta acusações de abuso de poder (12 anos) e prática de sexo com menor (3 anos). Porém, de acordo com as alterações legislativas que o próprio fez aprovar há uns anos, o seu julgamento deverá ser previamente autorizado pelo parlamento. Fazendo o paralelo com as mani sporco, em Portugal teríamos o Supremo Tribunal a desempenhar esse papel.
Se no que respeita às mani, temos estas diferenças, no que respeita aos parlamentos, as coisas assemelham-se bastante mais. Talvez seguindo o exemplo português, Berlusconi fez aprovar em 2005 alterações à legislação eleitoral fazendo depender a reeleição dos deputados dos líderes partidários que lhes atribuem os lugares nas listas. Um autêntico seguro contra revoltas e contra julgamentos indesejados.
Nalguma coisa haveríamos de mostrar o caminho à Óropa.
Sem comentários:
Enviar um comentário