Por lapso referi-me aqui a Cavaco Silva como accionista do BPN e reparei depois esforçarem-se os seus apoiantes por concluir que, não tendo sido accionista do BPN, não tem de tirar as suas castanhas do lume e esclarecer porque foi comprar acções duma SLN pejada de gente da sua presuntiva confiança, acções que passados 3 anos vendeu (a quem?) fazendo uma mais-valia de 140%. Ter não teria, se fosse apenas o Senhor Silva e não presidente da República e candidato a novo mandato e nesta qualidade não tivesse invocado o demónio e mandado umas achas para esta fogueira.
Cavaco não foi de facto accionista do BPN. Foi accionista da SLN, holding cuja participação de longe mais significativa era a do BPN. Entre os membros dos dois governos dos quais Cavaco foi primeiro-ministro e gente que lhe foi ou ainda é próxima, estiveram ligados ao BPN ou à SLN ou a ambos, encontramos sem esforço uma boa dúzia, entre os quais: Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Rui Machete, Miguel Cadilhe, Faria de Oliveira, Abdul Vakil, Joaquim Coimbra, Alberto Figueiredo, Fernando Fantasia.
Perante estes dados objectivos, está na hora de Cavaco Silva deixar de mastigar o bolo-rei e explicar-se. Se não o fizer duma forma minimamente aceitável pode preparar-se para disputar uma 2.ª volta e sujeitar-se a enxovalhos ainda maiores.
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