Os pastorinhos da economia dos amanhãs que cantam não têm emenda. Depois de 5 anos alucinados com aparições, após a derrota socialista nas eleições europeias perceberam que o partido maçónico-socialista poderia ser vencido, senão pela oposição, pela realidade. A seguir, lá foram dolorosamente reconhecendo o que já não podia ser escondido. Contudo, à mínima oportunidade desenterram a vulgata. É o caso de Nicolau Santos que no seu último «Cem por cento», uma das colunas da ortodoxia do jornalismo de causas, depois de celebrar o «sucesso retumbante» passado do euro, e de estranhar o actual «transe que a pode levar a implodir», atribui o seu igualmente retumbante fracasso em curso à «crise imobiliária e financeira nascida nos Estados Unidos em 2008». Não é extraordinário?
Como é possível que um economista e jornalista económico, responsável pela área económica do Expresso, um auto-classificado jornal de referência, se esqueça que Milton Friedman há mais de 10 anos explicou porque a Zona Euro não poderia sobreviver à primeira crise económica e, com crise ou sem crise, dificilmente poderia durar mais de 10 anos. Como é possível tal luminária apontar o dedo às asneiras de Angela Merkel e à indisponibilidade alemã para financiar a rebaldaria financeira dos PIGS, e ao mesmo tempo rejeitar uma política orçamental decidida e controlada por Bruxelas e Frankfurt (e Berlim)?
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