A anunciada sucessora de Dilma Rousseff (e não Rousef, como escreve o jornalista de causas), por sua vez anunciada sucessora de Lula da Silva, é Erenice Guerra. Uma investigação da Veja (en passant, uma revista independente que deveria ser um exemplo para o jornalismo doméstico) concluiu que «Erenice Guerra ter-se-á aproveitado da sua posição de ministra-chefe da Casa Civil para favorecer a empresa de consultoria do seu filho, Israel Guerra, alegada intermediária em negócios com o Governo federal.» Depois do «ter-se-á» e do «alegada», o Público que noticia o facto, resolve acrescentar uma informação relevantíssima para se concluir do «alegado» nepotismo de dona Erenice: a «linha editorial [da Veja] se desvia francamente para a direita».
Numa outra notícia na mesma secção, o Público informa-nos que «O jornal "Le Monde" vai apresentar queixa na justiça por violação do segredo das fontes de informação, acusando a Presidência francesa de ter usado os serviços de contra-espionagem para descobrir as suas fontes de no caso do escândalo político e de fuga ao fisco que envolve o ministro do Trabalho, Eric Woerth, e a herdeira da L’Oréal, Liliane Bettencourt.» Tudo isto sem um «ter-se-á», um «alegado» e muito menos sem nos iluminar com a relevantíssima informação da linha editorial do Le Monde que não se desvia francamente para a esquerda – já lá está há décadas.
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