O estado está endividado, o sistema financeiro está endividado, as empresas estão endividadas, os particulares estão endividados, o país está endividado e não pára de se endividar. Temos um défice orçamental crónico, temporariamente suspenso quando a coisa ainda pode ser resolvida com engenharia orçamental. Temos um défice crónico do comércio externo. Temos uma das produtividades mais baixas da UE e em perda. Temos a economia anémica há mais de 10 anos, deixámos de convergir para a média da EU e vamos sendo sucessivamente ultrapassados pelos novos membros sobreviventes do colapso da economia soviética.
De quem é a culpa? Do salazarismo e do seu condicionamento industrial? É difícil de sustentar porque nos seus últimos anos, depois da adesão à EFTA, crescemos como nunca mais crescemos depois, não tínhamos praticamente dívida externa, e as despesas públicas apesar da guerra colonial eram uma fracção das actuais. Como quer que seja, duas gerações passadas, o crime já teria prescrito.
Das loucuras do PREC e da sovietização da economia? As opiniões dividem-se. Da adesão à EU? É difícil de sustentar porque foi nos 10 anos imediatos que a economia mais cresceu? Da construção do Estado Social, iniciada pelo Botas, continuada pelo Bloco Central e metodicamente aperfeiçoada pelo PS em 12 dos últimos 15 anos? Das práticas colectivistas e da ocupação do Estado Social por levas sucessivas e alternadas de apparatchiks do PS e do PSD? Da crescente intervenção do Estado na economia e da promiscuidade entre o poder político e o poder económico? Não, não e não!
A culpa é do suspeito do costume – o neo-liberalismo, uma espécie de neo-coisismo.
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