Se já é suficientemente mau o governo ter interferido nas decisões dos accionistas da PT, imagine-se o que é o governo ter montado uma operação essencialmente política, como aqui se relata (via Blasfémias), em que a PT se vê envolvida pela mão de José Sócrates no vespeiro duma Oi com uma estrutura societária absolutamente bizarra, accionistas que não fazem a mínima ideia do que seja o negócio de telecomunicações, tudo para «armar o Partido dos Trabalhadores (a reboque do qual virá, agora, o Partido Socialista de Portugal) com a imbatível arma de um sistema completo e verticalizado de telecomunicações, com projecção nacional e internacional, que lhe dará poderes incontestáveis sobre o verdadeiro esqueleto em cima do qual se estruturam e se apoiam toda a economia e, para ser directo e resumido, todas as actividades humanas hoje em dia».
Como podem os accionistas portugueses ter-se submetido aos ditames daquela gente? É ver quem são eles: os Espíritos que têm mantido com os governos socialistas uma promiscuidade sem vergonha, a Caixa, a Controlinveste do amigo Oliveira e a Visabeira (um dos maiores fornecedores da PT).
E podia ser de outra maneira? Dificilmente, dadas as circunstâncias, e nunca com esta mesma gente que ocupa o aparelho de estado napoleónico-estalinista. Não há milagre que transforme gente que afunda um estado ineficiente e falido, aprofunda a falência de empresas públicas falidas e de caminho torra milhares de milhões de dinheiro extorquido aos contribuintes, em gente com visão estratégica e empreendedorismo suficientes para tomar decisões deste calibre, ainda por cima, envolvendo capitais alheios para os quais não contribuíram com um cêntimo.
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