Devido ao estado comatoso das finanças públicas portuguesas e espanholas e das dificuldades de financiamento privado, é pouco provável que a rejeição pelo PS, BE e PCP do adiamento por 3 anos da linha de alta velocidade Lisboa-Madrid e da revogação do decreto-lei da linha Poceirão-Caia tenha consequências práticas. Em todo o caso, aqui fica registado à cautela o respectivo débito na conta da esquerda paralamentar.
Fica também registada a fundamentação dum pastorinho da economia dos amanhãs que cantam, ilustrada com o melhor da doutrina keynesiana: «é preferível abrir e tapar buracos a deixar recursos por utilizar». Se esta doutrina fosse convictamente adoptada, a sua aplicação óptima consistiria em usar os alegados 100 mil empregos para abrir e tapar buracos algures no Alentejo, com a vantagem de evitar as importações e os défices de exploração que irão ser pagos por nós e os nossos descendentes até à 5.ª geração.
«Com isto, escreveu o pastorinho Daniel Amaral, chego ao TGV, versão Poceirão-Caia. Passo por cima do blá-blá-blá, que já não suporto, e cinjo-me apenas ao estudo feito pelo ISCTE, a pedido da RAVE: o investimento é de €1,4 mil milhões, a incorporação nacional é de 85% e a TIR de 5,9%; serão criados 100 mil empregos na fase de construção; e o financiamento está assegurado, tendo à cabeça 47% de fundos comunitários».
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