Estória (sequela desta)
Não vou recontar a estória do Millenium bcp, estória a que o (Im)pertinências sempre deu a devida atenção numa centena de posts sobre o tema. Vou apenas recordar que é um dos melhores exemplos do complexo político-empresarial socialista, que Filipe Pinhal, o antigo braço direito de Jardim Gonçalves, já em tempos tinha denunciado com o caso das manobras conjuntas do governo e da banca do regime no assalto ao Millenium bcp.
Infelizmente para a sua credibilidade, Filipe Cunhal guardou de Conrado o prudente silêncio demasiado tempo a respeito dessas manobras e continua a guardar silêncio sobre as trapalhadas em que ele próprio esteve envolvido como administrador do Millenium bcp. Silêncio que voltou agora a quebrar, mas apenas quanto às manobras alheias, com a publicação do seu livro «A bem dizer», onde faz algumas considerações que ajudam a perceber a teia urdida pela banca do regime com a baba do socialismo de estado, como esta:
«Um simples grupo financeiro, criado para servir a economia, nos seus diferentes domínios - da banca de retalho à banca especializada, dos seguros aos operadores do mercado de capitais -, não chega. Pode servir o País, a economia, as empresas e os particulares, mas não basta. Pode ter sucesso, mas não permite voos mais ambiciosos. Faltam-lhe as pontes com o poder político, que é faltar muito, e faltam-lhe as alianças, os compromissos e as compensações, que contam ainda mais».
Na apresentação Filipe Pinhal acrescentou outras considerações sobre emanações recentes do que chama a «economia de influência».«É difícil imaginar casos mais marcantes de promiscuidade entre os dois poderes, como o affair Luís Figo e as manobras de bastidores que envolveram a escolha do presidente da Cimpor. Depois do que se passou no caso PT/TVI, com o primeiro-ministro a ligar à administração da PT para impedir o negócio, ninguém vai acreditar que o primeiro-ministro não esteve envolvido nas escolhas para o BCP.»
Moral (outra vez)
Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades.
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