Perante as sequelas do costume da estória, aldrabada como de costume, dos atrasos que impediram o primeiro-ministro de se reunir com o presidente da República, «o gabinete de José Sócrates acusa Belém de "intriga mesquinha que é colocada nos jornais, contra o Primeiro-Ministro"», querendo por ventura o gabinete protestar por Belém estar, alegadamente, a copiar os processos de fabricação de manipulados de S. Bento.
É surpreendente que a coisa, sendo tudo menos inocente e até um pouco primária, consiga os seus objectivos graças à proverbial falta de jeito de Cavaco Silva e/ou do seu gabinete para lidar com estas manobras. Desta vez respondeu de forma infantil, apesar de tudo menos má do que o affaire dos emails e da segurança em que Belém fez de aprendiz de feiticeiro e que teve o desfecho que teve. Quando é que Belém aprende a concentrar-se naquilo que faz melhor e deixa S. Bento fazer o mesmo? Seria um sinal de inteligência política explorar as suas vantagens competitivas (será que ainda lhe restam algumas?) em vez de concorrer com os profissionais da manipulação.
Parágrafo Zen: Há quem esteja muito preocupado com o «abandono» do governo, do parlamento e da presidência em relação aos «problemas do país». Não estou certo de que isso seja um problema. E, se for, é também uma oportunidade para os portugueses aprenderem a viver por eles próprios. Get a life, folks.
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