24/10/2009

Estado empreendedor – (16) Cosec II

[Continuação de (5) e (11)]

Em Abril o primeiro-ministro anunciou a privatização da COSEC. Em Junho, o BPI numa estratégia de contenção de danos, aceitou vender os seus 50%. Em 1 de Julho ministro das Finanças anunciou no Parlamento o acordo fechado com a Euler Hermes - «o trabalho está feito», disse.

Em 15 de Julho, a Euler Hermes informou que iria estudar a oferta quando a recebesse. Em 17 de Setembro a a Euler Hermes disse que estava à espera que o governo se pronunciasse sobre as suas condições para fazer o acordo. Já nessa altura tudo indicava que a extorsão dos sujeitos passivos teria que aumentar um pouco mais para pagar o preço que a Euler Hermes pretendia. Em 22 de Outubro, «o trabalho feito» em 1 Julho continua por fazer e o governo não dá mostras de perceber que a Euler Hermes do grupo alemão Allianz (o maior grupo segurador mundial) pode fazer e faz vista grossa ao misto de cenoura e pau com que são tratados os empresários que não conseguem deixar de depender do governo (caso do BPI e da Sonae) e, com a mesma facilidade, faz orelhas moucas às cantigas com que se deliciam os empresários que vivem em comunhão de pessoas e bens com o partido Socialista (espécie muito numerosa, encabeçada pelos Espíritos).

É mais um caso paradigmático de intervencionismo socrático, quase sempre arbitrário e muitas vezes ditado por acidentes políticos (choraminguices de empresários numa sessão de propaganda, por exemplo), ignorância e negligência com o dinheiro dos contribuintes.

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