No seu esmiuçar do deus ex machina da Ongoing, o Impertinente detectou o primeiro contra-ataque do Diário Económico ao grupo Impresa mas distraiu-se com o segundo, que é mais subtil. Neste segundo, o DE põe o dedo numa das feridas ao grupo Impresa – a dependência das receitas dos canais temáticos que representam mais de 40 milhões por ano, ou seja o dobro do EBITDA. Estes canais temáticos são pagos pela PT, Zon, Cabovisão e Sonaecom, entre outros. Imagine-se o que seria (será) dos lucros da Impresa se (quando) algum ou alguns dos clientes da SIC se mudar para outro produtor de conteúdos e recorde-se a participação da Ongoing na TVI, via Media Capital.
Evidentemente a PT tem uma crescente fatia de leão (via Meo) na compra de conteúdos à SIC. E quem tem o leão pela trela? Os Espíritos directa e indirectamente, via o veículo Ongoing. E ao colo de quem se sentam os Espíritos ou quem se senta ao colo dos Espíritos (é uma operação comutativa)?
Podemos estar a caminhar para uma só central de manipulação poder mover os cordelinhos em todos os canais: na RTP (onde sempre esteve), na TVI (pela via indicada) e SIC (pela via da chantagem financeira ou no limite pela tomada de posição pelos «veículos»).
Sendo a comunicação social um pilar essencial da democracia, será caso para dizer que a democracia começa a ficar asfixiada (seria isso que as luminárias do PSD queriam dizer?).
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