19/10/2009

CASE STUDY: quem é o deus ex machina da Ongoing? (5)

[Continuação de (1), (2), (3) e (4)]

Ontem, citava o «Seremos todos parvos, senhores?» de Nicolau Santos no Expresso de sábado e a sua visão do deus ex machina da Ongoing e comentava as eventuais condicionantes dessa opinião. Nem de propósito, hoje António Costa do Diário Económico dava o troco a Nicolau Santos com um artigo de opinião com o mesmo título «Seremos todos parvos?», de onde extraio este saboroso naco:
«Porque é que Nicolau Santos, director-adjunto do "Expresso", semanário do grupo Impresa que também controla a SIC, afirma que se o BES retirasse o financiamento à Ongoing, o grupo entraria provavelmente em colapso? Então, qual é o papel de um banco senão o de apoiar e financiar os projectos dos seus clientes, dos que apresentam resultados? E porque é que não pergunta o que sucederia se o BPI retirasse todo o apoio financeiro à Impresa, sociedade de que, aliás, o banco de Fernando Ulrich é accionista. Talvez entrasse em colapso. E, a propósito, quanto é que a Impresa recebeu da PT (e da Zon) nos últimos 15 anos a título de fornecimentos e serviços, por um contrato exclusivo para a SIC Notícias?»
Zangam-se as comadres, falam-se algumas verdades. Se nesta teia emaranhada do complexo político-empresarial socialista considerarmos o lip service descarado que muitos jornalistas prestam a figurões da política, a sua impreparação e falta de profissionalismo, tem que chegar-se à conclusão que as coisas estão mais perigosas do que no tempo do salazarismo em que as «notícias» não enganavam ninguém, porque toda a gente sabia que eram o que restava do lápis azul.

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