19/07/2009

DIÁRIO DE BORDO: a memória já não é o que era

Um dia destes recebi na caixa de correio do (Im)pertinências uma mensagem duma senhora que alegava conhecer-me de ginjeira, confrontando-me com um alegado passado esquerdista e acenando com a ameaça dos meus alegados antigos correligionários encherem a caixa de correio de insultos, se viessem a saber que eu seria um alegado ex-correligionário passado para o outro lado.

Numa coisa a senhora tem inteira razão, quando diz saber que estou a ficar muito esquecido. É a mais pura das verdades. Quanto ao passado esquerdista confesso ter apenas vaguíssimas recordações, ainda mais ténues do que a papeira de que também sofri, segundo a minha mãe. Essas vaguíssimas recordações assaltam-me por vezes quando me cruzo com certas criaturas (os antigos correligionários mencionados pela senhora?) que nos subterrâneos da minha memória contrastam com BMW e Audi pretos, que fariam inveja aos fássistas, onde os vejo encapsulados e dos quais não parecem ser proprietários. Quanto à senhora, que segundo ela deveria conhecer, não tenho a mais pequena ideia.

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