Gosto daquele estilo desajeitado, nos antípodas das práticas consagradas de construção duma imagem mediática. Aprecio aquele ar de avó que já mostrou tudo o que tinha para mostrar, aquele ar de quem pensa vamos lá tratar disso que eu tenho mais do que fazer – levar os meus netos a passear, por exemplo. É um ar só aparentemente pesado, mas leve e fresco quando comparado com os spots plastificados e a cassete do senhor engenheiro.
Gosto, pronto. E, por isso, as dúvidas moem-me. Dúvidas de forma. Vai continuar a precisar de tradutores para comunicar com o eleitorado? Ou de explicadores encartados que fazem a hermenêutica das suas declarações?
E dúvidas de conteúdo. Com um passado de convivência com as políticas do betão e do revestimento betuminoso, de conformidade com o reforço do papel do estado assistencialista, de pouca fé nos mercados, o que poderemos esperar da sua governação?
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