08/01/2009

Não há almoços de borla

O Japão (aqui citado pelo Insurgente) que estabeleceu em Abril de 2008 uma linha de cintura máxima de 33,5 polegadas (85 cm) para os homens e 35,4 polegadas (90 cm) para as mulheres entre os 40 e os 74 anos, é apenas um precursor do que serão as políticas de saúde pública do futuro nos países onde o serviço nacional de saúde é «tendencialmente gratuito», ou seja tendencialmente caro e indiscriminadamente pago. Excedidos aqueles limites, os «utentes» japoneses com doenças relacionadas com o excesso de peso terão que se submeter a uma dieta no caso de não perderem peso no prazo de 3 meses.

Se queremos um serviço de saúde «tendencialmente gratuito» é quase inevitável que os «utentes» (nestas coisas não há clientes) o utilizem sem restrições, o que conduz a um crescimento descontrolado e ilimitado das despesas de saúde porque nenhum «utente» tem incentivo para limitar os cuidados gratuitos, muitos «utentes» por ignorância, negligência ou desinteresse cultivam estilos de vida insalubres ou correm riscos graves (*), os médicos não têm nenhum incentivo para entrarem em conflito com os utentes e os controlos burocráticos são absolutamente ineficazes, como a experiência tem mostrado abundantemente.

É por isso que a prescrição da linha de cintura máxima no Japão é apenas a antecipação do futuro - a menos que estejamos dispostos a prescindir do SNS «tendencialmente gratuito».

(*) Um exemplo clássico é o da SIDA. Os custos de tratamento, que se prolongam por uma vida inteira, de certos grupos de maior risco, como os dependentes de droga e os homossexuais, têm um peso crescente nas despesas de saúde e cada um deles é equivalente a centenas de nascimentos de futuros «utentes» que irão pagar os custos do serviço «tendencialmente gratuito».

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