Lembro-me do meu avô me contar estórias de comerciantes e industriais falidos que se suicidavam. Na época não havia gestores, nem empresários. Só havia sócios capitalistas e sócios gerentes.
Quando pensava que já ninguém se suicidava por não poder enfrentar os credores, a família ou ambos, chegam-me as notícias de dois suicidas que já eram célebres antes do suicídio. No Natal, René-Thierry Magon de la Villehuchet, cujos antepassados emprestaram dinheiro ao Rei Sol, cortou os pulsos no seu escritório em NY depois de verificar que a maior parte da sua fortuna se tinha evaporado nas mãos de Bernard Madoff. No Dia de Reis, Adolf Merckle atirou-se para a linha de comboios. Tinha perdido uma fortuna ao comprar acções da VW no pico das cotações (nos dias seguintes à Porsche ter comprado um volumoso lote) que agora valem apenas uma fracção do que lhe tinham custado.
É a selecção natural a funcionar ao contrário (só morrem os que têm vergonha).
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