O ministro anexo Vítor Constâncio tem feito o seu melhor. Infelizmente para o Governo, o seu melhor é suficiente para o BdeP atrasar as más notícias mas não chega, por enquanto, para as evitar. Nos últimos dias, elas sucederam-se. Foi a revisão em baixa do crescimento do PIB, com Vítor Constâncio a chutar para fora e o FMI a enfatizar as causas domésticas. Foi o crescimento da taxa do crédito de cobrança duvidosa das empresas e dos particulares, com o incumprimento no crédito ao consumo a subir 50% num ano. Foi o volume da dívida de particulares a caminho de atingir o valor do PIB. Foi o défice da balança comercial a ultrapassar 10% do PIB. Foi a dívida do Estado a crescer 5% e a subir acima de 70% do PIB, ultrapassando largamento o limite de endividamento, com a dívida total em cerca de 100% do PIB.
E no entanto, José Sócrates, acolitado pelos ministros-megafone (Lino e Pinho, para não me alongar), assessorado pelas dezenas de aprendizes de spin doctors que gravitam em redor do governo, e suportado pelas centenas de jornalistas de causas ou de interesses, ou simplesmente uns pobres-diabos procurando um lugar ao sol do orçamento, faz tudo o que pode para que seja revelado ao povo ignaro o paraíso que o espera logo a seguir às eleições. Segundo o serviço Telenews da MediaMonitor, durante o 1.º semestre, José Sócrates apareceu em pessoa em 754 notícias de TV e esteve no ar cerca de 30 horas, ou seja em média 10 minutos por dia, sem contar com os inúmeros outros programas em que participou, foi citado ou mostrado.
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