13/07/2008

CASE STUDY: o caminho de servidão para o não desenvolvimento

«Ao falar esta tarde no debate do Estado da Nação que tem lugar no parlamento, Sócrates precisou que, dos 1316 quilómetros (*) de estradas construídas, 92% são no interior no país. O chefe do Governo notou que apenas 47% dessas estradas são auto-estradas. E a maior parte delas são com portagens. A que não terá portagem é a auto-estrada que faz ligação a Bragança, para apoiar o desenvolvimento do interior do país.» (DE)

(*) O senhor engenheiro enganou-se. Talvez inspirado pelo rácio médio de derrapagem das obras públicas só referiu metade da quilometragem prevista. Dois dias antes tinha oferecido 30% de redução fiscal esquecendo-se que os carros eléctricos já estão isentos. São, por assim dizer, mais sintomas de aproximação ao guterrismo (recorde-se a estória do PIB: bla bla «é só fazer as contas» bla bla).

Imagine-se se o senhor engenheiro fosse o primeiro-ministro duma região insular ultra-periférica (dialecto europês), povoada de descendentes de comedores de batatas. Certamente já teria coberto a ilha de revestimento betuminoso e construído um túnel para o TGV de Dublin para Liverpool.

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[Fontes: Mapa da Irlanda, Mapa de Portugal, Evolução do PIB e PNB - Miguel Frasquilho, citado aqui]

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