Se o critério do primeiro ministro tivesse sido demitir os ministros com subdesempenho, teria demitido o governo quase todo. Se, por uma qualquer razão cabalística, a quota de demitidos limitasse a dois os ministros a remodelar, os dois escolhidos não seriam certamente os primeiros a sacrificar no altar das eleições que se aproximam. O ministro da Saúde, porque ensaiou uma tímida e confusa reforma do SNS, mas apesar de tudo melhor que a falta dela. A ministra da Cultura porque escreveu direito por linhas tortas - a sua inacção teve a consequência virtuosa duma certa contenção da torrente de subsídios para os artistas sem público.
Com toda a evidência, o critério terá sido aliviar a contestação do aparelho local socialista, no caso do ministro da Saúde, e a do lóbi dos artistas sem público, no caso da ministra da Cultura. Não faço ideia do que acontecerá com a nova ministra da Saúde, mas sendo o novo ministro da Cultura um advogado de negócios engagé, conhecido aqui dos contribuintes para o (Im)pertinências, é de esperar um agitprop cultural devidamente regado com subsídios que aplacarão o lóbi dos artistas sem público.
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