14/03/2007

O IMPERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: isso é lá com ELES

JARF transcreve do Destak de hoje, em meu benefício e de outros amigos comuns:
«As principais economias internacionais, incluindo a portuguesa, tenderão a subir o peso dos impostos sobre o consumo e a reduzir o dos impostos sobre as empresas e capital, segundo o economista António Simões Lopes (o bastonário da Ordem dos Economistas).
A culpa é, diz o especialista, da globalização. Paralelamente, os países vão confrontar-se com reduções de contribuições para a segurança social. E a pressão fiscal conduzirá à redução das despesas públicas, e ao aumento da dificuldade na implementação das políticas distributivas.»
Não sei se deva estar preocupado. Andamos a tomar a medicina das políticas distributivas há décadas e temos a saúde que temos. Não sendo possível garantir que, mudando a medicina, ficamos com melhor saúde, é de esperar que se continuarmos a tomar o mesmo remédio a doença não se cure.

Seja como for, uma coisa é certa: nós portugueses conseguimos colectivamente sempre encontrar (pelo menos) um culpado para a nossa miséria. Ele foi a monarquia, ele foi a república, ele foi o fassismo, ele foi o 25 de Abril, ele foi (e é) a Espanha, ele é a globalização. É um expediente muito conveniente, porque nos dispensa de mudarmos de vida.

Individualmente, dispomos ainda dos suspeitos do costume: ELES (*).

(*) Eles (socialês), segundo o Glossário das Impertinências, são:
(1) Os culpados da nossa miséria (dos fascistas aos liberais, passando pelos comunistas e, sempre, os espanhóis, e, em alternância, o governo e a oposição)
(2) Os responsáveis pelo trânsito da miséria para a felicidade (quase todos os referidos).
Antónimos: EU (que não sou parvo e não tenho nada a ver com isso) e NÓS (EU, a minha MÃE, a minha patroa, os putos, os amigos, talvez o clube, e o partido, às vezes)
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