17/03/2007

CASE STUDY: l'exception française

Nos últimos 4 meses suicidaram-se 3 engenheiros da Renault. Das duas uma, ou é obra de puro acaso, o que é possível ainda que pouco provável, ou há uma ou várias causas comuns aos 3 suicídios.

A dúvida não é irrelevante, e a Renault parece ter encontrado a resposta ao anunciar que vai contratar 110 novos engenheiros, melhorar as condições de trabalho, e apresentou um plano aproximar as chefias das equipas de engenharia e «facilitar o diálogo». (Le Figaro)

É surpreendente? Nem por isso. No coração da Óropa social, no seio dum dos campeões nacionais as relações de trabalho estão ao nível dos finais da década de sessenta, quando as pedras da calçada foram levantadas e os assustados patrões franceses descobriram Peter Drucker com uma década de atraso e apressaram-se a desfraldar a bandeira da gestion participatif, a que foram timidamente acrescentando par objectifs.

São os frutos duma sociedade profundamente hierarquizada (*) em que os subordinados não têm qualquer controlo sobre o seu trabalho e as suas vidas, o que, sabe-se hoje, tem efeitos nefastos no sistema imunitário e na saúde mental.

(*) Como mostram os estudos de Geert Hofstede a França é o país europeu com o índice Power Distance mais elevado.

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