05/02/2007

ESTADO DE SÍTIO: mobilidade imóvel

O PRACE, anunciado com grandes parangonas, ao melhor estilo do governo do engenheiro Sócrates, «resultou, até agora, na dispensa de dez funcionários públicos que foram colocados em mobilidade especial. Estes vêm juntar-se aos 29 trabalhadores da Administração Pública que já estavam no antigo quadro de supranumerários, criado por Manuela Ferreira Leite.» (Jornal de Negócios)

Surpresa? Não há razões para isso. Quando olhamos para este governo e, faça-lhe justiça de ser o melhor dos últimos 10 ou 15 anos, ou de ser bom no género mau, o que vemos? Um colectivo de luminárias cujas carreiras, na melhor hipótese, se fizeram como funcionários públicos, professores ou, na pior, políticos que nunca tiveram uma profissão produtiva fora do acolhedor saco da vaca marsupial pública.

No seu conjunto, não têm a menor ideia do que seja gerir uma organização, seja ela um ministério ou uma empresa ou, haja deus, um negócio individual. Fora da esfera pública são inexistentes, feneceriam em poucos meses.

O seu software mental é completamente desprovido das ferramentas teóricas, e sobretudo práticas, para tal. Last but not least, falta-lhes a vontade e a energia para remover a inércia e a resistência passiva do monstro. Que resultados podem estas criaturas conseguir à frente da maior organização burocrática do país, povoada por um exército de mentes manhosas forjadas em anos de aculturação à vaca, comandada por gente medíocre? Aprovar decretos com planos verbosos, dilúvios de palavras em desertos de ideias.

Nem mesmo o engenheiro Belmiro de Azevedo, a família e a sua equipa de gestão, com toda a sua expertise, precisaria de menos de uma ou duas décadas para transformar o monstro num aparelho eficiente. Quanto mais.

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