Depois de ter aumentado 15,5% em relação ao ano anterior, em 30-06 deste ano a dívida externa atingiu 103 mil milhões de euros ou 70% do PIB ou, dito de uma forma mais folclórica, cada português antes de ficar de férias em casa a curtir a patroa e o filho único, ou transumar para o Al Garb ou para outro ponto qualquer do planeta, consoante as posses, devia a bela soma de 10.300 euros à estranja. Provavelmente, se soubesse da dívida, o português nunca teria saído de casa, ou voltado a casa, consoante as posses.
E não se diga que os portugueses não têm nada a ver com isso. No final de 2005, 60% dessa pantagruélica dívida externa era da responsabilidade da banca. Guess why. Porque os empresários portugueses investiram loucamente? Frio, frio. Essencialmente para financiar a casita, o chaço, as férias, o portátil, e até os trapitos da patroa e do puto. Se à dívida externa da banca acrescentarmos a dívida externa das instituições financeiras não monetárias (seguradoras, intermediários financeiros, e outros que não recebem depósitos), a coisa pula para 80% do PIB.
Não me perguntem o que aconteceria se ainda por aqui circulasse o escudo. Seria uma catástrofe? Nem por isso. Não teria chegado a tanto, porque desde 2002 já teríamos desvalorizado 3 ou 4 vezes e os portugueses não estariam mais infelizes do que já estão. Pelo contrário. Teriam tido uns belos aumentos de 9 ou 10% (2 ou 3% abaixo da inflação), esqueceriam as fantasias das férias tropicais, deixariam o chaço estacionado à porta e deveriam não 10 mil euros por cabeça, mas umas centenas de contos.
(Fontes: Diário Económico e Jornal de Negócios que, ou acertaram, ou copiaram mal da mesma fonte; pelo sim, pelo não, é melhor ir ao BdeP conferir no Boletim Estatístico - eu não tive tempo; ainda assim, nada está garantido porque os administradores do BdeP podem ter-se desleixado, desde que souberam que vão acabar as pensões à medida da dívida externa)
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