Secção Universos paralelos
«O ministro da Economia, Manuel Pinho, anunciou hoje o fim da crise em Portugal» escreveu o Público, sem perceber a importância do anúncio - se tivesse percebido teria sido notícia de 1.ª página e não foi.
O ministro poderia ter ficado por aqui - e não seria pouco - anunciar o fim da crise. Mas ele quis ser pedagógico e explicou-se.
Diferentemente do doutor José Barroso, nos tempos em que ainda era Durão Barroso, que só não sabia quando seria primeiro-ministro, o doutor Pinho só não sabe é «quanto é que a economia portuguesa vai crescer», sendo certo que «a crise acabou» apesar da pesada herança que o governo recebeu do desmazelo dos seus antecessores - o doutor Pinho omitiu sabiamente o maior contribuinte líquido de desmazelo, o governo do engenheiro Guterres, nas suas duas encarnações, às quais pertenceu o actual primeiro-ministro.
O doutor Pinho lembra que, malgrado a herança, já criou 48 mil empregos no último semestre. Sabiamente omitiu os empregos perdidos e os desempregados que desistiram de procurar emprego (a este respeito, o Impertinências em devido tempo tratou aqui da falácia destas estatísticas de causas).
Refere ainda o crescimento das exportações no 1.º semestre que foi o terceiro da EU, o que, sendo certo, não evitou que o saldo do comércio externo se degradasse um pouco mais.
Pelo seu anúncio visionário merece o doutor Pinho dois ou três chateaubriands e só não leva quatro ou cinco porque não nos revelou o quantum.
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