É moralmente censurável ridicularizar a religião ou outra crença de outrem. Não há a menor dúvida. Representar Maomé com uma bomba no turbante é quase tão ofensivo como representar o Papa com um preservativo no nariz, como o cartunista António um dia fez no Expresso. Sendo neutro em matéria religiosa, devo reconhecer que a segunda caricatura é gratuitamente ofensiva, pelo preservativo, pelo nariz, e pelo Papa, enquanto que a primeira é um pouco mais realista, porque as partes mais ruidosas das sociedades islâmicas defendem e praticam o terrorismo como forma legítima de luta.
É ainda mais inquestionável que as democracias não podem tolerar a intolerância e fraquejar na defesa do direito de expressar juízos que são moralmente censuráveis.
Os cartunes em causa parecem ter sido destinados a ilustrar um livro onde se refere que Maomé teria praticado a pedofilia. Não sei se isso é historicamente demonstrável, mas já aqui fiz referência a uma peça que The Economist publicou a este respeito, há exactamente 3 anos, e que vale a pena ler.
(via ¡No Pasarán!)
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