O doutor Daniel Oliveira na sua coluna «Choque e Pavor» do Expresso indigna-se com o documentário «A Marcha dos Pinguins» que, segundo ele, é um míssil subtil dirigido pelos conservadores à mente frágil do povo, inculcando-lhe valores retrógrados como a defesa do casamento monogâmico, do sexo heterossexual e de outros próprios das sociedades decadentes.
O doutor Oliveira não brinca em serviço e, munido do parecer do «bloguer» americano (americano! ouviram bem?) Andrew Sullivan, demonstra como a esperança dos conservadores é infundada. Se o pinguim de serviço não se apressa, conta-nos, quando chega a altura da queca, a pinguim espera 24 horas e procura outro parceiro - a ciência do «bloguer» não chegou para perceber que, se as meninges do povo são manipuladas pelos conservadores à custa de documentários (franceses! quelle dommage!), as hormonas da pinguim são manipuladas pela selecção natural que lhe armadilhou os genes para proteger a espécie.
Mas o argumento definitivo chega no parágrafo seguinte com o casal de pinguins gay do zoo de NY, que até adoptaram um ovo.
Aguardo, ansioso, que o doutor Oliveira nos apresente os seus próximos episódios pinguim: a pinguim que faz desmanchos, o pinguim que chuta.
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