12/11/2005

BLOGARIDADES: um voto contra o abdicacionismo

«Mas, entretanto, no Metro de Londres e a 7 de Julho, a Al Khaeda matou politicamente Mário Soares. O que então disse e depois repetiu, demonstram que Mário Soares se infantilizou para esconder a respeitabilidade que lhe devemos pelos seus oitenta anos de idade. Mário Soares já não tem a idade para ser esquerdista, um esquerdista irresponsável do género bloquista, porque lhe falta - lei da vida - a margem do tempo para ganhar experiência, maturidade e bom senso que, mais tarde, equilibre os desequilíbrios das “verduras”. ...

O que Mário Soares disse, e repetiu, sobre o terrorismo, é plenamente aceitável como opinião individual ou mesmo na qualidade de opinion maker. É espantoso e irresponsável mas é legítimo como opinião. Mas Soares colocou-se além das margens do sistema de defesa das democracias e, por isso, irrecuperável para desempenhar um papel institucional e, muito menos, voltar ao cargo de Supremo Magistrado da Nação.

O drama do terrorismo, pela sua eficácia e poder corruptor, obrigou a colocar-nos acima (se preferirem, ao lado) da divisão esquerda/direita. Porque, com a morte da civilização, também as ideologias e separações de visão social, iriam na enxurrada. Cedendo à Al Khaeda de que adiantaria ser-se de esquerda? Nada, penso eu. Neste sentido, vejo Soares como um candidato inútil para a esquerda. Por assim pensar, nunca terá o meu voto (agora, nem com a mão a tapar-lhe o retrato). Um voto apenas, mas um voto. Que será contra Mário Soares e o abdicacionismo que ele representaria, se se candidatasse
(Encontrado aqui, no Água Lisa (3), um blogue surpreendente)

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