21/10/2005

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Zé Mourinho, um macho alfa

Secção Res ipsa loquitor
Não é preciso (mas ajuda) frequentar A Causa Foi Modificada e ler o que escrevem os jornais ingleses para perceber o génio de José Mourinho como treinador.

Para ser o melhor treinador do mundo, o homem tem que ser notável a vários títulos. Inteligência espacial (o olho da águia que sobrevoa o campo de batalha e vê por cima o que os outros só vêem por baixo), flexibilidade e rapidez mental, génio táctico, etc., etc. e etc. E, claro, liderança - uma visão (vamos comê-los vivos) e uma influência magnética para a transmitir aos 11 fanatizados que têm a incumbência de destroçar e demolir as tropas inimigas.

Como é que um espécime destes poderia continuar a treinar o FêCêPê, os lampiões ou os lagartos? Não podia.

Como é que ele resistiu aos paradigmas de frouxidão que as mães portuguesas, com a cumplicidade apática dos frouxos pais, inculcam nos filhos? Como sobreviveu ao culto da mediocracia que as escolas alimentam nos alunos e ao caldo cultural fermentado em séculos de decadência? Como não foi derrotado pelos grupos de influência invejosa e medíocre que ensopam o futebol português?

É um num milhão. Só pode ser. Outro qualquer, bem parecido e bem falante como o Zé, e com jeito para os futebóis, já estaria transformado em cabide dos armanis, já seria um metrossexual (que coisa é esta, hem?) a falar futebolês caro e a empertigar-se para as TVs.

Zé, por tudo isto, e outras coisas de que não falo porque me falta o engenho, levas 5 merecidos afonsos.

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