20/07/2005

TRIVIALIDADES: não é preciso agradecer-me

O DN vai publicar daqui a pouco uma entrevista do excelso professor Freitas do Amaral que, ainda antes de ser publicada, já levantou imensa poeira soprada pelo próprio e pela oposição (CDS, PSD e PCP). Até o engenheiro Sócrates se sentiu obrigado a borrifá-la para a assentar.

A poeira faz mal aos delicados pulmões do governo e por, muito que se proteste inocência, só pode enfraquecê-lo no braço de ferro com os lóbis e a oposição. E, por muito que se proteste inocência, improvável quando vinda da excelsa figura, no mínimo trata-se de um afloramento da grandiosa ideia que o excelso tem de si próprio, que não o deixa ficar atrás do ministro das Finanças na marcação de subtis distâncias ao governo (artigo de opinião no Público do último domingo). No máximo trata-se de uma cavilosa manobra com vista a melhorar as suas chances de proto-candidato no eleitorado da oposição.
«Tal como no passado traiu o doutor Soares, aliando-se com ele para chegar ao governo e dele saindo para o fazer cair, o professor Freitas irá trair no futuro o engenheiro Sócrates, mesmo que este aceite pagar o preço de o deixar preparar um futuro radioso à medida da sua vaidade. Está na sua natureza.»
Há quatro meses eu avisei. E ainda não viram nada.

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