Respondendo ao pendor estatizante do governo, os empresários portugueses, através das suas associações, marcam lugar já na fila dos investimentos públicos dando palpites sobre as suas preferências.
À parte o engenheiro Belmiro que não tem interesses no lóbi do betão e das obras públicas, nem papas na língua, e por isso foi dizendo que mais valia ter fábricas do que o TGV, a generalidade dos empresários apronta-se para o bodo.
Investimentos preferidos pelos empresários: TGV (a prioridade das prioridades), energias renováveis (eólica e mais barragens), mais estradas, mais hospitais.
Qual o interesse estratégico do TGV? Do lado do investimento, a infra-estrutura fixa, a cargo do lóbi do betão, manterá ocupada durante uns poucos anos os imigrantes brasileiros e do leste. O investimento em material rolante irá, em boa parte, engrossar as importações. Do lado da oferta, o TGV não vai transportar as nossas evanescentes exportações, não vai transportar turistas que continuarão a chegar por automóvel (os espanhóis, alguns franceses, alemães e holandeses) e por avião (o resto). Servirá para quê então? Aparentemente para os nossos empresários e gestores chegarem mais depressa às reuniões no Porto, em Lisboa e em Madrid, e aos nossos excluídos do consumo sofisticado que vivem no interior poderem vir fazer compras aos centros comerciais dos grandes centros urbanos.
Qual será o contributo do TGV para melhorar a nossa produtividade e competitividade da economia portuguesa?
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